ESG e tecnologia: aliados contra a recuperação judicial

09 abr 2023

Alinhar práticas de gestão aos princípios do ESG (Ambiental, Social e Governança) vem se tornando cada vez mais valorizado pelas organizações, tendo em vista as vantagens de desempenho ao adotar uma conduta em apoio a questões ambientais, sociais e, principalmente, de governança.

O aumento dos pedidos de recuperação judicial

De acordo com dados do Indicador de Falências e Recuperações Judiciais da Serasa Experian, o número de pedidos de recuperação judicial protocolados apenas em janeiro de 2023, cresceu 37,3%. Considerando somente o primeiro trimestre, o número é o maior desde 2018, em que o Brasil passou por uma das piores crises econômicas, sendo 289 pedidos de recuperação judicial e 255 de falência. Como justificativa para esse resultado, está, justamente, a falta de uma boa governança, que garante processos auditados e seguros no que tange a veracidade dos balanços financeiros, contábeis e fiscais.

Esse número crescente demonstra claramente que há falhas graves em seus modelos de governança e que, provavelmente, as práticas ESG estejam ficando muito mais nos discursos, conhecidos “greenwashing”, do que na prática efetiva de ações com foco no negócio. Um problema grave e requer medidas sérias a fim de garantir a sustentabilidade das empresas no longo prazo. Muitas delas passam ao largo da solução mais eficaz: a tecnologia.

O poder da tecnologia na prevenção 

É notório que o governo vem usando recursos tecnológicos cada vez mais sofisticados a fim aumentar a fiscalização e o acompanhamento acerca do cumprimento das obrigatoriedades empresariais. Tanto é que o Brasil foi reconhecido pelo Banco Mundial como o segundo país do mundo com a mais alta maturidade em governo digital, segundo o estudo GovTech Maturity Index 2022.

E, se o governo está investindo em tecnologia, nada mais natural que as empresas façam o mesmo. Com o apoio de ferramentas de gestão acessíveis e eficazes, como um ERP, é possível consolidar informações e registros da companhia de forma segura, garantindo um maior controle operacional e contábil. Um recurso fácil de ser adotado e traz inúmeros benefícios alinhados às melhores práticas de gestão e governança, garantindo muito mais transparência às informações.

Outro fato relevante na aquisição de sistemas de gestão está na otimização do trabalho. Utilizando as obsoletas planilhas, as empresas levam semanas para fechar um simples balanço contábil – trabalho que pode ser concluído em questão de horas com o apoio da tecnologia. Somado a essa otimização de tempo, existe ainda uma significativa redução de erros e retrabalhos, visto que boa parte do processo se torna automatizada.

Com essa simplificação na gestão, colaboradores que antes precisavam se dedicar a tarefas manuais, podem então investir em ações mais estratégicas, como a interpretação dos números em vez de apenas sua consolidação. Dessa forma, a empresa passa a ter muito mais disponibilidade para investir em questões realmente relevantes, tomando decisões mais assertivas e benéficas para o negócio.

⁣Na prática, a tecnologia é, atualmente, a melhor aliada das práticas ESG, em especial no que tange à governança dos negócios.
Kátia Cerqueira, Planning & Consolidation Service Line Lead | Senior Manager na delaware Brasil 

Com uma gestão mais transparente, com informações processadas em tempo real, os riscos de problemas que possam levar até uma recuperação judicial são significativamente menores. 


Mais do que combater a mortalidade das nossas empresas, investir nesses recursos é fundamental para prevenir problemas assim, que sempre acarretam perdas de empregos e redução na arrecadação de impostos que, consequentemente, impactam toda a sociedade. 

Mais que um discurso, o ESG precisa ser uma prática cotidiana.
Allan Carrara, consultor em sustentabilidade na delaware Brasil

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