O que é o Metaverso e qual o seu papel no futuro do varejo?
Conheça a nova tendência da era digital, que promete revolucionar o comportamento de compra dos consumidores e transformar o futuro do atacarejo.
Conheça a nova tendência da era digital, que promete revolucionar o comportamento de compra dos consumidores e transformar o futuro do atacarejo.
Apontado como o símbolo de uma nova era digital, o Metaverso promete revolucionar a experiência do consumidor (CX) nos próximos anos. Como o próprio nome sugere, trata-se de um espaço virtual coletivo que simula a realidade, onde pessoas de diferentes lugares do mundo podem acessar e interagir através de dispositivos digitais, como os óculos 3D e fones de ouvido. Essa interação se torna possível devido a uma junção de tecnologias, como a internet, realidade aumentada (RA) e realidade virtual (RV), que transformam este espaço digital em um cenário mais realista aos usuários, através da capacidade sensorial avançada, permitindo-os ver, ouvir e até sentir o que se passe neste universo.
Para muitos, o Metaverso representa uma nova era da internet mais aberta e imersiva: a web 3.0
A possibilidade de criar um mundo virtual, antes vista apenas em filmes futuristas e de ficção científica, agora é realidade e as empresas que forem pioneiras em aplicar este novo conceito em suas estratégias de negócio ficarão à frente da concorrência na entrega de uma experiência totalmente personalizada e inovadora aos clientes.
Atualmente, cerca de 6% dos consumidores brasileiros, o equivalente a 5 milhões de pessoas, já transitam em alguma versão do Metaverso. No cenário global, a consultoria Gartner prevê que, em 2026, 25% da população mundial passará ao menos uma hora por dia neste universo, seja por razões de trabalho, educação, compras ou entretenimento. E 30% das empresas no mundo terão ofertas de produtos e serviços no ambiente virtual.
Conforme os consumidores das gerações Z e Alpha (nascidos a partir de 2010) forem ganhando poder de compra nos próximos anos, os investimentos no mundo digital também devem apresentar uma maior escalabilidade. Considerados nativos digitais, esses consumidores já nasceram imersos em um mundo phygital, influenciados por experiências entre o espaço físico e online. Em 2030, esses jovens representarão metade da população mundial e ditarão um novo comportamento de consumo em diversas áreas, incluindo o setor varejista e o atacado.
Tendo isto em vista, grandes players já começaram a explorar o Metaverso para adaptarem as suas entratégias de negócio a esta nova geração de consumidores e, também, buscando inovar na entrega de experiências personalizadas aos clientes atuais.
Dentre as marcas que já começaram a explorar este espaço tecnológico, destaca-se a gigante norte-americana Walmart, que abriu uma loja no metaverso onde os usuários podem fazer compras no mundo online e receber os produtos em casa. O Boticário também adotou uma estratégia semelhante, criando uma loja no game Avakin Life, onde os jogadores podem resgatar prêmios em itens da marca e contam com uma consultora virtual para tirar dúvidas sobre as ativações durante o jogo. Adidas, Nike, Zara e outras gigantes da moda também estão investindo no novo mundo.
Ao que tudo indica, pela movimentação destes players do setor de varejo e atacado, 2022 será um ano em que veremos muitas outras marcas testando as possibilidades deste cenário. A NRF, maior feira varejista do mundo e que determina o direcionamento futuro do setor, também aponta para este mesmo caminho.
Uma das principais tendências destacadas durante a NRF 2022 foram as tecnologias de realidade aumentada como ferramentas para alavancar as oportunidades de vendas, tanto no e-commerce como na integração entre canais online e offline, criando experiências diferenciadas e divertidas aos consumidores durante o processo de compra.
Outro assunto em pauta durante da feira foi a aplicação da tecnologia para eliminar fricções no processo de compra e trazer uma maior conveniência aos consumidores. Isto envolve toda a operação do atacarejo, desde a automação avançada para garantir maior agilidade na produção e distribuição, até a otimização de dados para coletar, processar e interpretar informações valiosas do comportamento do cliente , que garantam decisões de negócio mais assertivas e a criação de estratégias de vendas que geram vantagem competitiva. Também estão inclusos neste tema a adoção da tecnologia para garantir meios mais seguros no pagamento de compras online, assegurando a proteção de dados dos clientes e o investimento na experiência omnichannel, integrando canais online e offline para oferecer ao cliente uma experiência mais personalizada, através da possibilidade de retirar na loja física um produto comprado na internet, caso ele prefira.
Assim como já ocorreu com outras inovações tecnológicas, como a Internet das Coisas (IoT) e a computação em nuvem, o Metaverso está sendo testado por grandes empresas para descobrirem como poderão incluí-lo em suas estratégias de vendas e alcançar resultados financeiros satisfatórios. Apesar de ainda estar em fase de desenvolvimento, este novo cenário já está moldando o futuro do varejo inteligente.
À medida que as pessoas interagem mais com as marcas em diferentes canais, a barreira entre os mundos físico e digital diminui e as expectativas do consumidor tornam-se mais complexas. Aos olhos dos consumidores, os mercados online e offline estão interligados. Assim, as empresas precisarão cada vez mais se dedicar à construção de uma experiência do cliente que esteja alinhada ao novo comportamento de consumo, originado na pandemia e que continuará evoluindo no mundo pós-pandêmico.
Para conseguir acompanhar as mudanças constantes do comportamento dos clientes e não perder espaço para a concorrência, os varejistas precisam investir em inovação para adaptarem rapidamente e com precisão as suas estratégias de negócio às novas demandas, desenhando ações personalizadas que atendam as preferências do público-alvo. Por isso, as empresas que não priorizarem a tecnologia em sua governança perderão futuros clientes para a concorrência e a oportunidade de monetizar a experiência gerada pela tendência do Metaverso.