ESG: qual impacto na governança corporativa em 2024?

16 mai 2024
  • Operações

Para lidar com as mudanças do mercado, as empresas precisam de boas práticas de governança corporativa. Uma forma de alcançá-las é o ESG (Environmental, Social and Governance), que considera aspectos ambientais, sociais e corporativos.
 

Embora se fale muito sobre esse tema no mundo todo, muitos obstáculos ainda dificultam a aplicação de seus pilares nos negócios. Isso porque a adesão a essa agenda exige uma transformação da mentalidade corporativa, para que as ações sociais, ambientais e de governança sejam realizadas adequadamente.

Sua boa incorporação na empresa é capaz de guiar as estratégias e planos corporativos favoravelmente à sustentabilidade mundial, além de demonstrar uma imagem muito mais positiva da marca no mercado.

Afinal, a agenda ESG se tornou um critério importante não apenas diante investidores e parceiros, como pelos próprios consumidores, que passaram a avaliar a adoção desses pilares internamente antes de decidir adquirir os produtos ou serviços de uma marca.

Em dados divulgados pela pesquisa “Panorama 2024”, da Amcham Brasil, 51% dos entrevistados afirmaram que o ESG será uma das maiores tendências em seus negócios este ano, uma vez que compreendem sua importância para o aperfeiçoamento da gestão corporativa rumo à conquista de resultados cada vez melhores.

Mesmo sendo um termo já debatido pelo mercado, uma coisa é fato: essa agenda veio para ficar e, este ano, se tornará extremamente importante para o comando de um negócio saudável e próspero.

Neste texto, veremos em detalhes o que é este conceito, como cada pilar se aplica, quais são as vantagens das empresas que o adotam e, principalmente, como implementá-lo no seu negócio de forma eficiente.

A seguir, os tópicos que cobriremos:

  • O que é a agenda ESG?
  • Quais são os pilares da agenda ESG?
  • Qual é a importância da agenda ESG para a governança corporativa em 2024?
  • Como aplicar a governança do ESG na empresa em 2024?

O que é a agenda ESG?

A agenda ESG representa um conjunto de práticas ambientais, sociais e de governança corporativa e de investimento com foco em promover a sustentabilidade nas empresas. 

O termo vem do inglês Environmental, Social and Governance, destinado a orientar os negócios a implementarem ações mais ecológicas em suas estratégias através destes três pilares.

Em 2004, a ONU criou este projeto com a colaboração de instituições financeiras de nove países, entre eles o Brasil. O objetivo era, exatamente, propor diretrizes para que as empresas de todo o mundo pudessem incorporar melhor essas questões internamente, levando em conta as mudanças climáticas em ritmo acelerado. 

Mesmo que este conceito tenha sido criado como forma de evitar maiores impactos ao meio ambiente, hoje, a agenda ESG representa uma verdadeira mudança de paradigma nas relações entre as empresas, seus investidores e clientes.

 Afinal, seus pilares servem como uma métrica para orientar os gestores em tomadas de decisões mais assertivas, reduzindo os impactos ambientais e promovendo uma gestão corporativa muito mais eficaz. O que contribui para que seu investimento também sirva de apoio para a conquista de oportunidades significativas para inovação e crescimento organizacional como um todo.

Quais são os pilares da agenda ESG?

Os pilares do ESG são o ambiental (E), social (S) e de governança (G).

O primeiro diz respeito às ações empresariais destinadas a conservar o meio ambiente. O segundo enquadra todas as pessoas envolvidas na relação corporativa dos funcionários aos consumidores. E, o terceiro se refere à gestão corporativa.

Entenda a fundo cada um deles:


Meio Ambiente

Este primeiro pilar do ESG é fortemente ligado à preocupação ambiental, avaliando os impactos das operações no ecossistema e defendo a maior preservação possível através de práticas mais ecológicas e menos agressivas. 

Normalmente, as boas práticas acerca deste pilar são alinhadas às metas globais mais discutidas sobre esta preservação, tais como a redução da emissão de gases do efeito estufa e a geração de energia limpa e renovável. 

Mas, é importante compreender que cada segmento pode, também, ter suas próprias métricas a serem seguidas, conforme os impactos usualmente gerados na prestação de seus serviços. 

Algumas das medidas que mais costumam ser colocadas em prática neste pilar do ESG incluem a adoção da economia circular, uso consciente dos recursos naturais, criação de políticas voltadas para o uso e descarte correto de resíduos, e muitos outros.

 Além de contribuir para nosso ecossistema, esses investimentos abrem espaço para o desenvolvimento de soluções inovadoras internamente, o que também favorecerá o crescimento do negócio e a melhora de sua imagem no mercado.


Social

O pilar social abrange o relacionamento da marca com todas as pessoas envolvidas em suas operações. Isso inclui não apenas os seus próprios times, como também parceiros, fornecedores, clientes e até mesmo a comunidade em si. 

Além disso, faz com que, na prática, as ações sociais do ESG possam ser voltadas tanto internamente quanto externamente, dependendo dos gargalos e necessidades identificados que precisam ser aperfeiçoados. 

Alguns exemplos que mais costumam ser adotados dentro do negócio incluem a 


  • segurança dos dados dos clientes;
  • valorização do capital humano;
  • políticas de inclusão e diversidade;
  • segurança dos dados dos clientes, e;
  • treinamentos para desenvolvimento dos times. 


Todos esses acabam influenciando a maneira pela qual a marca se relaciona com seus outros agentes, o que acaba contribuindo para um melhor aspecto social dentro do ESG.


Governança

No ESG, o terceiro pilar, a governança corporativa, busca avaliar as práticas adequadas que a empresa emprega na gestão de seus negócios.

Quanto mais claras, éticas e transparentes forem essas ações internas, melhores elas irão se reverter em uma gestão mais assertiva e, consequentemente, em uma maior atratividade perante parceiros e investidores. 

Alguns dos exemplos mais comuns que vêm sendo implementados mundialmente nesse sentido incluem o compliance, a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), e a criação de um conselho administrativo.

Mas, muito além de adotar tais práticas, uma boa governança de ESG está diretamente ligada ao uso de métricas robustas que tragam informações em tempo real acerca dos resultados que estão sendo obtidos, junto a outras metodologias de avaliação e gestão de risco que contribuam para este objetivo.

Qual é a importância da agenda ESG para a governança corporativa em 2024?

Após tantos impactos sentidos com a pandemia e as constantes mudanças que o mercado passa, investir no pilar de governança da agenda ESG em 2024 é uma das melhores estratégias para assegurar uma maior estruturação interna e, elevar a imagem da empresa perante novas oportunidades de negócio. 

Sua implementação irá ajudar os empreendimentos a elaborarem um planejamento estratégico mais coerente com sua realidade e considerando, paralelamente, tanto as demandas do mercado em questões ambientais e de compliance, quanto a dos consumidores modernos. 

Na prática, isso pode ser refletido no desenvolvimento de um conjunto de normas e diretrizes que identifiquem pontos de melhoria e métodos de aperfeiçoá-los em prol de melhores operações, reduzindo as chances de falhas ou riscos que coloquem em jogo sua perpetuidade. 

De acordo com uma definição do IBGE, existem quatro pilares que definem uma boa governança corporativa: transparência; equidade; prestação de contas e responsabilidade. Veja em detalhes o que significa cada um deles: 

  • Transparência - ato de disponibilizar para as partes interessadas as informações que sejam do interesse da sua empresa, e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos;
  • Equidade - tratamento justo de todos os stakeholders, condenando atitudes discriminatórias;
  • Prestação de contas - dever primordial de todos os agentes de governança, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões;
  • Responsabilidade - a sustentabilidade das empresas precisa ser zelada sempre, visando sua longevidade saudável. 

Como prova dessa importância, um relatório divulgado pela PwC identificou que as pautas ESG estão entre as cinco principais prioridades dos investidores brasileiros, destacando a governança corporativa eficaz como a mais importante para 54% dos empreendedores nacionais dentre os três pilares do termo. 

Muitos outros benefícios podem ser desencadeados através dessa boa governança, tais como a redução de custos com atividades não aderentes, consolidação da marca em seu segmento, melhor relacionamento com os consumidores e, ainda, maior atração de parceiros e investidores. 

Mas é preciso tomar alguns cuidados para que isso funcione bem. 

Como aplicar a governança do ESG na empresa em 2024?

O sucesso na aplicação do pilar de governança do ESG requer um compromisso contínuo e eficaz para assegurar a conquista de bons resultados. Por isso, veja algumas ações importantes que podem ajudar nesse processo:


Tenha um conselho de administração diverso e independente

 Ter um conselho administrativo diverso e independente é uma medida muito importante para fortalecer a governança do ESG nas empresas. 

Afinal, além de contribuir com visões experientes e variadas para a implementação de estratégias assertivas, esses talentos podem auxiliar no fomento da transparência deste pilar internamente, agregando na visão de crescimento do negócio.

 Existem muitos programas de treinamento que podem ser aplicados no time para compreenderem a importância da governança e consigam disseminar essas práticas constantemente.


Desenvolva políticas e códigos de conduta

Pode parecer algo óbvio, mas o desenvolvimento de políticas e códigos de conduta é um ponto básico para estabelecer uma boa governança corporativa do ESG. 

Eles servirão não apenas para capacitar e desenvolver as equipes em sua conduta interna perante suas responsabilidades, mas também em suas práticas comerciais perante parceiros e investidores.


Acompanhe e avalie os projetos

Acompanhar e avaliar todos os projetos colocados em ação é um dos principais cernes da governança corporativa no ESG, de forma que consigam preservar e otimizar o valor gerado aos acionistas. 

É por meio dessas práticas que será possível identificar gaps que possam prejudicar a entrega final e elevar os custos da empresa, os ajustando em tempo hábil para evitar danos financeiros e de qualidade maiores. 

Nesse caso, é indispensável buscar o apoio de tecnologias robustas e modernas que tragam a segurança de obtenção destas informações em tempo real, facilitando o acompanhamento do que for implementado e a visualização do que pode ser melhorado. 


Fortaleça a liderança

Para que todas essas práticas acima obtenham êxito em prol da melhoria da governança corporativa no ESG, existe um cuidado fundamental que precisa ser estimulado internamente: o fortalecimento da liderança. 

Esse pilar deve ser fomentado em todas as equipes, para que compreendam a fundo sua importância e meios de ser atingida. E, nesse sentido, líderes capacitados fazem toda a diferença, uma vez que darão todo o suporte necessário neste novo mindset e sua incorporação nas atividades diárias dos profissionais. 

Além disso, os líderes também terão um papel essencial na manutenção da coesão entre as pessoas e os objetivos corporativos, algo igualmente importante para uma boa governança corporativa.


Otimize os processos com um sistema de gestão

Otimizar os processos é uma das maiores premissas para a governança corporativa do ESG, para que a empresa não perca tempo nem recursos em atividades que possam ser automatizadas. 

Assim, os próprios times podem redirecionar seus esforços em tarefas mais importantes para o crescimento do negócio. Mas, para isso, é essencial contar com o apoio de sistemas robustos que tragam segurança e agilidade nos processos.

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