Tecnologia no agronegócio: como ela reduz desperdícios e eleva a produtividade?

22 set 2025
  • Operações

Nos últimos dez anos, segundo dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM), os Municípios brasileiros registraram um prejuízo total de R$ 287 bilhões na agricultura - em virtude, especialmente, de eventos climáticos intensos que levam a perdas significativas em nossas safras.
 

Sejam em decorrência de fenômenos naturais ou como consequência da ação humana, este cenário vem exigindo dos produtores estratégias mais viáveis para plantio, colheita e manejo. A boa notícia é que a tecnologia no agro tem sido uma grande aliada nesse processo.  

De modo geral, existem diversas soluções altamente robustas capazes de apoiar os produtores no acompanhamento em tempo real do desempenho das tarefas, otimizando os recursos, identificando problemas antecipadamente e facilitando ajustes imediatos que minimizem grandes problemas.

 Através dessas ferramentas, é possível não apenas obter melhores resultados produtivos como, ainda, reduzir o impacto ambiental, promovendo uma maior responsabilidade social e sustentável, com soluções cada vez mais inovadoras e eficientes, de forma bem mais otimizada para um maior ganho de produtividade.

 Contudo, apesar de todos esses benefícios, a adoção da tecnologia no agronegócio enfrenta alguns desafios, especialmente, em termos de maturidade digital, utilizando esses recursos com inteligência e estratégia para fortalecer e inovar a cadeia produtiva.

 Pensando nisso, preparamos este texto especial onde explicaremos não apenas a importância desse investimento no setor, como as soluções que mais vêm se destacando frente a essas vantagens e como implementá-las com máximo sucesso.

 

Veja os tópicos que serão abordados:

  • Principais desperdícios no agronegócio;
  • Qual o papel da tecnologia para combater desperdícios?
  • Exemplos de tecnologias ao campo;
  • Como implementar a tecnologia no agro com sucesso?

Principais desperdícios no agronegócio 

Apesar de sua grande importância para a economia brasileira, o agronegócio ainda enfrenta diversos tipos de desperdícios que afetam o meio ambiente, a rentabilidade dos produtores e a disponibilidade de alimentos para o consumidor final.


Perdas na produção agrícola

Segundo dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura),   aproximadamente, 1/3 dos alimentos produzidos no mundo é desperdiçado, o que representa cerca de 1,3 bilhão de toneladas por ano. 

Essas perdas ocorrem em diversas etapas:

  • Na lavoura: secas, excesso de chuvas, pragas e manejo inadequado;
  • Na colheita: máquinas desreguladas, erros humanos e colheita fora do tempo ideal;
  • No pós-colheita: falta de infraestrutura, transporte ineficiente e má gestão.


Desperdício de recursos naturais

O uso ineficiente de recursos naturais é um desperdício com alto impacto ambiental e econômico. Ainda de acordo com a FAO, o setor agrícola é responsável por cerca de 70% do consumo mundial de água doce. Nesse sentido, quando há sistemas de irrigação ineficientes, este desperdício acaba sendo bem volumoso, o que gera enormes prejuízos, especialmente, em regiões que enfrentam escassez hídrica.

Ainda, o uso intensivo e técnicas inadequadas de cultivo, como monocultura sem rotação de culturas, levam ao esgotamento dos nutrientes da terra, além de sua compactação, erosão e desertificação.


Ineficiência operacional e de gestão

Muitos erros de gestão também levam a perdas na produtividade e custos dos produtores, geram ineficiência operacional e riscos consequentes à toda cadeia de consumo.

 Podemos citar, aqui, processos ineficientes, como falta de padronização; uso inadequado de insumos, como aplicação excessiva ou insuficiente de fertilizantes; falhas na manutenção preventiva de equipamentos e mal planejamento de estoque, elevando custos de armazenamento ou perdas por vencimento.

 Além, é claro, de erros no transporte e movimentação internamente, como deslocamentos desnecessários de pessoas e materiais dentro da fazenda ou durante o transporte da produção, aumentando custos com combustível e tempo de trabalho.

Qual o papel da tecnologia no agronegócio para combater desperdícios?

Diante de tantos desafios e perdas que o setor está suscetível a enfrentar, a tecnologia no agronegócio assume um papel fundamental para combater esses desperdícios e elevar a produtividade em todas as etapas da cadeia produtiva.

 O investimento em soluções robustas e modernas permite que o produtor tome decisões mais eficazes, otimize recursos e mitigue erros que gerem qualquer tipo de prejuízo a este processo, tornando a atividade mais sustentável e rentável.

Entenda de forma mais aprofundada todos esses benefícios abaixo:

Otimização de insumos

Era muito comum que a aplicação dos insumos feita sem uma ampla análise da topografia ou as necessidades específicas de cada planta, o que, inevitavelmente, ocasionava em enormes desperdícios de recursos, qualidade e tempo de trabalho.

 Com a aplicação da tecnologia no agronegócios, produtores conseguem aplicar os melhores produtos no lugar certo, na hora mais adequada e na quantidade correta, otimizando o uso de fertilizantes, água e defensivos agrícolas.

 Isso, além de diminuir as margens e ocorrência de erros em qualquer etapa desta cadeia, impulsiona melhorias significativas em sua eficiência e produtividade.


Melhoria na qualidade e segurança nos alimentos

Esse é um benefício diretamente proporcionado pelo item anterior. Afinal, investir nessas ferramentas vai muito além de aumentar a produção, garantindo também que o alimento que chega à mesa do consumidor seja saudável, livre de contaminantes e atenda aos padrões de qualidade. 

Existem tecnologias altamente vantajosas para o monitoramento em tempo real do campo, com sensores capazes de medir temperatura, umidade e outras variáveis críticas que influenciam diretamente nos entregáveis.

Além disso, essas tecnologias permitem a realização de testes rápidos e precisos — muitas vezes automatizados — que detectam a presença de bactérias, fungos, toxinas e resíduos de defensivos agrícolas antes mesmo de o produto chegar ao consumidor.

Dessa forma, em caso de contaminação ou problema de qualidade, a origem pode ser identificada e isolada rapidamente, evitando surto generalizados de doenças e recolhimentos massivos de produtos. Isso minimiza o desperdício por descarte de grandes lotes e protege a saúde pública.


Agricultura de precisão

Esse é, com certeza, o carro-chefe da redução de desperdícios no setor, que consiste em utilizar ferramentas como GPS, sensores e drones para coletar dados em tempo real sobre o solo, as plantas e as condições ambientais para otimizar o uso de insumos e recursos.

 A integração desses sistemas viabiliza a coleta e análise de grandes volumes de dados acerca da qualidade da terra, clima e desempenho dos maquinários, fornecendo insights que orientem em ações mais estratégicas para a produtividade do campo e minimização de riscos.


Processos mais sustentáveis

O brasileiro é o que mais se preocupa com a compra de produtos sustentáveis, segundo um estudo da Cargill. Entre 2019 e 2021a pesquisa identificou que a intenção dos consumidores levarem para casa alimentos com referências à adoção de práticas sustentáveis subiu de 51% para 55%. 

Diante de um pilar cada vez mais importante globalmente, a tecnologia no campo  também vem se mostrando como uma forte aliada nessa missão, transformar as práticas agrícolas e pecuárias em processos mais sustentáveis, minimizando o impacto ambiental e garantindo sua viabilidade a longo prazo. 

Um forte exemplo disso que vem crescendo significativamente nos últimos anos, principalmente em grandes centros urbanos, são as fazendas verticais. Elas utilizam menos água e espaço do que a agricultura tradicional, permitindo que a produção de alimentos se aproxime ainda mais dos consumidores.

 Além disso, também podemos destacar nessa prática soluções como irrigação inteligente; a própria agricultura de precisão, que permite a aplicação de fertilizantes e corretivos apenas onde e quando necessário; otimização de combustíveis nos maquinários agrícolas e o monitoramento em tempo real de todas as atividades e condições no campo.


Gestão integrada

Ter uma gestão integrada no agronegócio significa conectar e centralizar as informações de todos os elos da cadeia produtiva. Ou seja, ao invés de operar em "silos" isolados — onde esses dados são gerenciados separadamente — é criado um panorama único e coeso que facilita seu acesso e controle em tempo real. 

Se fizermos uma comparação, ela é como se fosse o nosso sistema nervoso que conecta o corpo e garante seu funcionamento saudável, sendo sua espinha dorsal representada por softwares e plataformas de gestão agrícola (ERP) que se comunicam com uma vasta gama de tecnologias, que veremos em detalhes a seguir.

Exemplos de tecnologias no agronegócio

Muitas revoluções e inovações tecnológicas vem favorecendo o agronegócio, criando um ecossistema focado em eficiência, produtividade e sustentabilidade. Esse conjunto de soluções que se complementam geram uma agricultura e pecuária mais inteligente, impulsionando a conquista de resultados cada vez melhores. 

Veja alguns dos maiores exemplos abaixo:


Big Data, Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning

Juntas, essas tecnologias permitem coletar, processar e analisar grandes volumes de dados para extrair insights valiosos, prever tendências e automatizar decisões importantes que gerem valor ao setor. 

Existem plataformas de análise de dados bastante sofisticadas no mercado que integram informações de sensores, drones, máquinas, histórico de safras, dados climáticos e muitos outros, tendo uma visão mais aprofundada e real de tudo que está acontecendo. 

Esses ativos são transformados em conhecimento acionável, permitindo ao produtor otimizar o planejamento e as operações visando um melhor rendimento, otimização e redução de riscos.


Internet das Coisas (IoT) e Sensores conectados

A IoT envolve a conexão de objetos físicos (como, no caso, sensores, máquinas e animais) à internet, permitindo a coleta e troca de dados em tempo real. 

Na prática, isso pode ser desenvolvido através de sensores que monitoram os níveis de água, informando quando e quanto irrigar; estações meteorológicas inteligentes que coletam dados precisos sobre temperatura, umidade do ar, vento e precipitação na propriedade; até mesmo colares e brincos inteligentes nos animais, os quais monitoram a localização, saúde, temperatura corporal e padrões de comportamento do rebanho. 

Todas essas aplicações favorecem tomadas de decisões mais precisas que mitiguem desperdícios, além de também reduzir a necessidade de intervenção humana em tarefas repetitivas.


Robótica e Máquinas autônomas

Uma das maiores vantagens da robótica e demais máquinas autônomas é o fato de operarem com pouca ou nenhuma intervenção humana, realizando tarefas agrícolas de forma independente. 

No agronegócio, é possível ver esses tipos de recursos em tratores autônomos, que navegam pelos campos sem motorista, realizando plantio, pulverização e aração com alta precisão; robôs de colheita e pulverização, voltados a culturas delicadas como frutas e vegetais para colhê-las quando maduras individualmente, além de pulverizar plantas individuais ou pequenas áreas com extrema precisão. 

Ambas são excelentes exemplos de tecnologia no agronegócio, especialmente, para liberar a força de trabalho para atividades mais complexas e de maior valor agregado, reduzindo, também, a exposição a tarefas perigosas ou repetitivas e a produtos químicos.


Drones e veículos aéreos não tripulados

Esses equipamentos podem conter diferentes sensores e câmeras que fornecem uma visão aérea detalhada e em tempo real da lavoura, permitindo o monitoramento geral do crescimento da cultura, detecção de falhas de plantio ou problemas de irrigação, como exemplo. 

A capacidade de detectar essas variações favorecem antecipadamente a aplicação dos ajustes necessários para evitar desperdícios e melhorar a saúde do solo, otimizando o tempo do produtor e minimizando perdas significativas.


Biotecnologia e genética

O desenvolvimento de novas variedades de plantas e raças animais com características aprimoradas favorece que se tornem mais resistentes a estresses ambientais e doenças, proporcionando safras mais robustas e rebanhos mais saudáveis.

Isso, além de reduzir a necessidade de aplicação de agrotóxicos, melhora a qualidade do valor nutritivo para humanos e animais, em aderência à demanda sustentável global.

Alguns dos exemplos de tecnologia no agronegócio que impulsionam essas inovações incluem culturas geneticamente modificadas e resistentes a pragas e doenças; edição genômica para desenvolver culturas e animais com características específicas; e diagnósticos moleculares, identificando, rapidamente, problemas de saúde.

Como implementar a tecnologia no agronegócio com sucesso?

Implementar a tecnologia no agronegócio com sucesso vai muito além de, simplesmente, adquirir equipamentos ou softwares de ponta. É um processo estratégico que exige planejamento, adaptação e, acima de tudo, foco nas pessoas. 

Antes de qualquer investimento, é fundamental entender as necessidades e os desafios específicos da sua propriedade. Quais são as maiores dores enfrentadas? E, o que espera conquistar com este apoio tecnológico?

 Defina muito bem essas expectativas para conseguir analisar qual ferramenta tende a oferecer um maior custo-benefício nesse sentido, assegurando que tenha uma boa base de infraestrutura e conectividade para começar esse planejamento. 

Garanta que haja energia elétrica estável e suficiente para alimentar os equipamentos e sistemas. Mas, também considere fontes alternativas como energia solar para áreas mais remotas, contando com o apoio constante de softwares de gestão robustos que se integrem a cada necessidade e sejam de fácil utilização. 

Agora, por mais que a tecnologia seja uma ferramenta essencial no setor, o fator humano é quem a utilizará frente à conquista de resultados excepcionais. Por isso, ofereça treinamento prático e contínuo para todos os envolvidos, estabelecendo uma cultura de aprendizado e inovação que fomente a importância da digitalização como um apoiador para este melhor desenvolvimento do campo. 

E, evite tentar mudar tudo de uma vez. Conduzir essa implementação em etapas permite ajustes e minimiza riscos. Comece, por exemplo, com uma tecnologia em uma área específica, para aprender seus recursos e onde faz sentido expandi-la.

Conte com o apoio de uma consultoria especializada

A consultoria especializada é essencial para o sucesso da tecnologia no agronegócio. Ela atua como catalisadora, potencializando os benefícios da inovação e reduzindo riscos. Com expertise multidisciplinar, esses profissionais conectam os desafios do campo às soluções tecnológicas mais adequadas, sempre atualizados sobre as melhores práticas e inovações do mercado.

Tudo é conduzido com planejamento personalizado, alinhado às necessidades e objetivos de cada produtor.

Se sua empresa busca um parceiro estratégico, conte com a delaware. Com 20 anos de experiência em implementações SAP, presença em mais de 20 países e mais de 5 mil profissionais, oferecemos soluções completas — do desenvolvimento à implementação de tecnologias avançadas.

Seeds: tecnologia para o beneficiamento de sementes

A delaware também oferece soluções específicas para o agronegócio, como o Seeds — a única solução nativa SAP no Brasil voltada ao beneficiamento de sementes.

Desenvolvido com foco nas operações do campo, o Seeds cobre todo o ciclo produtivo: da recepção à expedição, passando por tratamento, controle de qualidade, rastreabilidade e conformidade regulatória. Tudo isso com eficiência operacional, gestão integrada e visibilidade em tempo real. 

Se sua empresa atua na cadeia de produção e distribuição de sementes, o Seeds é uma solução robusta e escalável para transformar sua operação com tecnologia de ponta.

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