Qual o papel da tecnologia no agronegócio para combater desperdícios?
Diante de tantos desafios e perdas que o setor está suscetível a enfrentar, a tecnologia no agronegócio assume um papel fundamental para combater esses desperdícios e elevar a produtividade em todas as etapas da cadeia produtiva.
O investimento em soluções robustas e modernas permite que o produtor tome decisões mais eficazes, otimize recursos e mitigue erros que gerem qualquer tipo de prejuízo a este processo, tornando a atividade mais sustentável e rentável.
Entenda de forma mais aprofundada todos esses benefícios abaixo:
Otimização de insumos
Era muito comum que a aplicação dos insumos feita sem uma ampla análise da topografia ou as necessidades específicas de cada planta, o que, inevitavelmente, ocasionava em enormes desperdícios de recursos, qualidade e tempo de trabalho.
Com a aplicação da tecnologia no agronegócios, produtores conseguem aplicar os melhores produtos no lugar certo, na hora mais adequada e na quantidade correta, otimizando o uso de fertilizantes, água e defensivos agrícolas.
Isso, além de diminuir as margens e ocorrência de erros em qualquer etapa desta cadeia, impulsiona melhorias significativas em sua eficiência e produtividade.
Melhoria na qualidade e segurança nos alimentos
Esse é um benefício diretamente proporcionado pelo item anterior. Afinal, investir nessas ferramentas vai muito além de aumentar a produção, garantindo também que o alimento que chega à mesa do consumidor seja saudável, livre de contaminantes e atenda aos padrões de qualidade.
Existem tecnologias altamente vantajosas para o monitoramento em tempo real do campo, com sensores capazes de medir temperatura, umidade e outras variáveis críticas que influenciam diretamente nos entregáveis.
Além disso, essas tecnologias permitem a realização de testes rápidos e precisos — muitas vezes automatizados — que detectam a presença de bactérias, fungos, toxinas e resíduos de defensivos agrícolas antes mesmo de o produto chegar ao consumidor.
Dessa forma, em caso de contaminação ou problema de qualidade, a origem pode ser identificada e isolada rapidamente, evitando surto generalizados de doenças e recolhimentos massivos de produtos. Isso minimiza o desperdício por descarte de grandes lotes e protege a saúde pública.
Agricultura de precisão
Esse é, com certeza, o carro-chefe da redução de desperdícios no setor, que consiste em utilizar ferramentas como GPS, sensores e drones para coletar dados em tempo real sobre o solo, as plantas e as condições ambientais para otimizar o uso de insumos e recursos.
A integração desses sistemas viabiliza a coleta e análise de grandes volumes de dados acerca da qualidade da terra, clima e desempenho dos maquinários, fornecendo insights que orientem em ações mais estratégicas para a produtividade do campo e minimização de riscos.
Processos mais sustentáveis
O brasileiro é o que mais se preocupa com a compra de produtos sustentáveis, segundo um estudo da Cargill. Entre 2019 e 2021a pesquisa identificou que a intenção dos consumidores levarem para casa alimentos com referências à adoção de práticas sustentáveis subiu de 51% para 55%.
Diante de um pilar cada vez mais importante globalmente, a tecnologia no campo também vem se mostrando como uma forte aliada nessa missão, transformar as práticas agrícolas e pecuárias em processos mais sustentáveis, minimizando o impacto ambiental e garantindo sua viabilidade a longo prazo.
Um forte exemplo disso que vem crescendo significativamente nos últimos anos, principalmente em grandes centros urbanos, são as fazendas verticais. Elas utilizam menos água e espaço do que a agricultura tradicional, permitindo que a produção de alimentos se aproxime ainda mais dos consumidores.
Além disso, também podemos destacar nessa prática soluções como irrigação inteligente; a própria agricultura de precisão, que permite a aplicação de fertilizantes e corretivos apenas onde e quando necessário; otimização de combustíveis nos maquinários agrícolas e o monitoramento em tempo real de todas as atividades e condições no campo.
Gestão integrada
Ter uma gestão integrada no agronegócio significa conectar e centralizar as informações de todos os elos da cadeia produtiva. Ou seja, ao invés de operar em "silos" isolados — onde esses dados são gerenciados separadamente — é criado um panorama único e coeso que facilita seu acesso e controle em tempo real.
Se fizermos uma comparação, ela é como se fosse o nosso sistema nervoso que conecta o corpo e garante seu funcionamento saudável, sendo sua espinha dorsal representada por softwares e plataformas de gestão agrícola (ERP) que se comunicam com uma vasta gama de tecnologias, que veremos em detalhes a seguir.